quarta-feira, 23 de julho de 2014

Salamandra Tree



Para o Ted’s

Dizem que ela cresce nos lugares úmidos da força motora primal
E quando cresce, não para de brotar novos sentimentos e constantes desejos

Dizem que ao tocá-la, você começa a falar, falar, falar, falar, falar...
.... como aqueles amigos que te contam sobre pé começando pela mão...

Essa árvore é infinita.
É de fogo,
mas é um fogo brando
que antes de te queimar, te acolhe em abraços doces diabéticos dietéticos diatríticos

É força pura
vontade de seguir adiante,
É pouco medo
o suficiente para te fazer voar

Para os que dizem que tal árvore acolhe os que por baixo dela passam dando água e sombra
Eu digo: mais que sombra, espectro de cores.
Das suas folhas escorrem cevadaquosa que mata a sede e aprofunda a amizade

É árvore eterna
que não duvida, não questiona, não nega, não apaga e não esquece
os seus galhos são maiores que toda a sua vontade de fugir

é a árvore mais simples e mais abarcante que se possa ver
é um tererê preso no seu coração

não há porque fazer barco de seu tronco
porque ela é a viagem.

A que tenho plantada em mim, é dura porque persiste a todos os granizos.

É a única salamandra tree que conheço e a única que precisamos.

Um comentário:

  1. poesia lá nas Alturas, joão c. ! Linda, sábia: "não há por que fazer barco de seu tronco / porque ela é a viagem." Imagem espantosamente bela: a árvore-barco é a própria viagem, e plantada, dura, no próprio navegante... essa pobre e besta paráfrase é só pra dizer, johnny c., que tuas imagens são guimarães rosa ao pé da letra: elas "transcendem"...

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