Que o teu
corpo nu me dá o direito de te violar
Que o teu
copo cheio me dá o direito de te violar
Mas quando
me violam me calo tanto quanto você porque não posso admitir que durante alguns
minutos eternos fui como você
Que a tua
roupa me dá o direito de te violar
Que a tua
fala me dá o direito de te violar
Mas me calo
frente a membros que me rasgam porque não consigo verbalizar a dor que me
aproximou de ti
Que o teu
medo me dá o direito de te violar
Que o teu
sorriso me dá o direito de te violar
Mas apago
da minha memória todas as mãos no meu corpo viciado em culpa porque eu nunca
poderia dizer que fui como você
Que a tua
sexualidade me dá o direito de te violar
Que a tua
paz me dá o direito de te violar
Mas guardo
um segredo no passado esquecido e na cicatriz da minha perna porque ninguém
pode saber que durante aqueles malditos minutos alguém achou que era como você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário