segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Que...

Que o teu corpo nu me dá o direito de te violar
Que o teu copo cheio me dá o direito de te violar
Mas quando me violam me calo tanto quanto você porque não posso admitir que durante alguns minutos eternos fui como você

Que a tua roupa me dá o direito de te violar
Que a tua fala me dá o direito de te violar
Mas me calo frente a membros que me rasgam porque não consigo verbalizar a dor que me aproximou de ti

Que o teu medo me dá o direito de te violar
Que o teu sorriso me dá o direito de te violar
Mas apago da minha memória todas as mãos no meu corpo viciado em culpa porque eu nunca poderia dizer que fui como você

Que a tua sexualidade me dá o direito de te violar
Que a tua paz me dá o direito de te violar

Mas guardo um segredo no passado esquecido e na cicatriz da minha perna porque ninguém pode saber que durante aqueles malditos minutos alguém achou que era como você.

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